segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Armadilhas da avaliação

Acabo de ouvir uma entrevista na France Culture a Maya Beauvallet, economista e autora de As Estratégias absurdas - como piorar pensando que se melhora. Partindo de 12 histórias Beauvallet mostra que a avaliação do desempenho pode ter consequências desastrosas, originando uma pioria dos resultados. Uma das histórias relata um caso de gestão hospitalar nos Estados Unidos. Depois de ter sido estudada a mortalidade no bloco operatório do coração foram estabelecidos limites mensais para os óbitos durante as operações. Os médicos "melhoraram" os seus desempenhos, respeitando os limites, mas aumentou o número de doentes que morriam à espera de operação... A autora indica que estudos empíricos têm revelado um efeito perverso das avaliações, baseadas em análises comparativas: a redução da cooperação. Para conseguir uma avaliação melhor, diminuo a colaboração que dou a colegas... e os resultados gerais diminuem. No final da entrevista um jornalista pergunta "On fait quoi docteur?". Beauvallet observa que o gestor tem de analisar o que se passa efectivamente no terreno, estudando o funcionamento da organização. A avaliação do desempenho não é fácil.

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